Diabetes e a Dieta

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terça-feira

SOCOREL

O Meu Primeiro Emprego


Na Socorel-da esquerda para a direita de pé-Amadeu-Pinto- de joelhos eu,Brandão e João.


Na Socorel, estabelecimento onde trabalhava o meu pai, comecei a trabalhar no escritório e no posto mais "baixo" como é de calcular, tendo como ordenado mensal 300 escudos. Atenção que estávanos no ano de 1959. E o meu serviço era numerar os blocos de facturas, notas de crédito, notas de débito, vendas a dinheiro etc.etc.Fazer o arquivo nacional. Engraçado que todos os mêses era aumentado cem escudos. Passado um ano passei para o serviço do correio, que alem de ter de fazer os envelopes para o envio de facturas e outros documentos para os clientes, tinha de os selar bem como toda a correspondencia que era feita por vários colegas. Eram montanhas todos dias, ás 3 da tarde vinham 2 continos colar os selos naquelas cartas todas. As cartas cujo destino eram o Lobito, eram enviadas pelos mesmos continos por meio de protocolo. No ano a seguir passei para o arquivo estrangeiro onde tambem tinha de 3 em 3 mêses de preencher os Boletins de Registo de Importação, os célebres BRI´s.Passados que foram mais uns tempos, cheguei á secção de contabilidade mais própriamente para trabalhar com uma máquina mecanográfica NCR, fazendo o Devedores e Credores. Mais tarde, com 20 anos, cheguei a Caixa. No ano de 1966 já com um vencimento de 3.500$00 ingressei no serviço militar, tendo guardado um determinado valor que deu para viver os 7 meses de recruta e levado uma Florett novinha comprada na Socorel.

sexta-feira

Vida Escolar


Da esquerda para a direita, Costinha - Freire e eu,na sala de trabalhos manuais da Escola Comercial.


Minha vida escolar

Aos 6 anos de idade fui frequentar a escola primária para o Colégio Luis de Camões da D.Estrela e Sr.Felicio. Como tinham um filho, o Luis, que era mais novo que eu um ano, acabei por ser tratado como mais um filho. Andei no colégio até ter feito o exame da Admissão aos liceus. A seguir fui frequentar o Curso Comercial para uma escola que funcionava no edificio do Sindicato. Nas horas de "borla" iamos tomar banho em pelota para as portas do mar. Tinha 9 anos e já tinha feito o 1º ano, graças a ter feito no mesmo ano a 1ª e 2ª classes. Em 1954 vim a Portugal com o meu pai, por ele ter direito ao gozo de 6 meses de férias (graciosa). Viemos no paquete Uige. Ao fim de estarmos cá 2 ou 3 meses só pedia ao meu pai para regressarmos ao Lobito. Deste tempo ficou-me na memória um mês que passámos na Figueira da Foz e uns passeios por Lisboa. Regressàmos ao Lobito, novamente no Uige e com passagem pela Madeira, Las Palmas e São Tomé. A escola onde tinha feito o 1ºano havia fechado, tendo aberto na Restinga a Escola Comercial do Lobito. Aos 14 anos resolvi parar com os estudos e ir trabalhar para a Socorel, tendo terminado o Curso à noite intervalando com muitas "aulas" na Boite Palmar na Restinga.

sábado

Lusitano Sport Clube


O meu pai é o 3º de pé da direita para a esquerda, e no mesmo sentido o Zé Águas é o 1º de joelhos e eu sou o mais novinho de todos.

Vida Nova


O Lobito em 1949 era uma cidade nova, tudo começava a nascer. As casa mais antigas ficavam na zona da Restinga e eram práticamente todas do C.F.B. De realçar a velha sede do Lobito Sports Clube com o seu cinema que pouco depois veio a ser substituido pelo Cine Impérium,o posto médico, o velho tribunal, o Palácio do Governador. o Banco de Angola, todas feitas em madeira. Algumas delas ainda sobrevivem nos dias de hoje. O bairro do CFB para os seus funcionários. A Caponte estava a nascer, assim como as suas ruas. A ponte velha, onde não se cruzavam os carros por ser muito estreita. Tempo do Chicucuma!
Como o meu pai foi para o Lobito para jogar futebol no Lusitano Sport Clube e com emprego assegurado na Socorel, foi-lhe cedido no campo de futebol uma das cábines dos árbitros, que depois de pequenas alterações passou a ser a nossa nova morada. Ao lado. numa camarata viviam os jogadores solteiros, por isso não estávamos sózinhos. Não fôra as saudades de minha mãe e eu tinha tido uma infância 100% feliz. Não começava nenhum treino sem que primeiro eu tivesse á minha volta todas as bolas de futebol. Claro que passei a ser o mascote do Clube e acompanhava-o para onde quer que fosse. Na altura fazia parte da equipa o famoso e saudoso Zé Águas que mais tarde veio para o Benfica e foi por 2 vezes Campeão Europeu. Durante o dia e até fazer os 6 anos para ir frequentar a escola primária, ficava na Socorel onde era acarinhado por todos os empregados mas muito especialmente pela Noémia Couceiro, Beatriz Santiago, Guida Coquenão Chaves e Ivone Prazeres, todas empregadas de escritório e uns anos mais tarde minhas colegas de serviço.

A Minha Primeira Caçada

Viver No Lobito

Com quatro anos de idade como é natural, de pouco me lembro como era o Lobito em 1949.No entanto, digo que o bairro da Caponte embora já existisse, poucas casas tinha e as estradas estavam a nascer. A ponte, que acaba por ser a razão do nome do bairro, (Caponte-para cá da ponte) ainda era a antiga em que o transito se processava ora num sentido ora noutro por ser muito estreita. Como o meu pai foi para o Lobito para jogar futebol no Lusitano Sport Clube e já com emprego assegurado na Socorel, foi-lhe cedido pelo Clube uma cabine dos árbitros no campo de futebol, que depois de umas pequenas alterações passou a ser a nossa nova morada durante cerca de 5 anos. Não estávamos lá sózinhos uma vez que os jogadores solteiros tambem lá viviam numa camarata tipo tropa. Que belos anos ali passei, uma infancia perfeita embora sentisse muito a falta de minha mãe. Em contrapartida era mimado por toda aquela malta. Não começava nenhum treino de futebol sem que as bolas estivessem primeiro todas comigo. Claro que passei a ser a mascote do clube e sendo assim, não faltava a nenhuma viagem que tivessem de fazer. Na altura ainda fazia parte da equipa o célebre Zé Águas, que mais tarde veio para o Benfica tendo sido campeão europeu por 2 vezes. Durante o dia ficava na Socorel onde era acarinhado por todo o pessoal, mas em especial pela Noémia Couceiro, Guida Coquenão Chaves, Beatriz Santiago, Ivone Prazeres etc.etc.

quinta-feira

Mudança de Continente


O Navio Mouzinho de Albuquerque


Em Setembro de 1949, o meu pai já divorciado de minha mãe, resolve rumar para o Lobito-Angola, levando-me com ele tendo eu apenas 4 anos de idade. Convenhamos que foi uma grande responsabilidade que o meu pai criou, ao levar naquela época para África uma criança tão nova e como já disse sem mãe. Devo dizer no entanto, que a ideia inicial do meu pai não era esta, pois que quando saimos de Gouveia-Serra da Estrela donde sou natural, a passagem foi por Lisboa afim de eu ficar lá com uns familiares. Mas fiz um berreiro tal que o meu pai não teve outro remédio do que me levar com ele. Assim, a bordo do Mouzinho de Albuquerque lá zarpámos para África, tendo como companheiro de viagem o Rogério Bicho, mais tarde fundador da Casa Gouveense no Lobito. Desta viagem, ficou-me na memória um acidente de percurso que foi um passageiro ter-se atirado ao mar. O barco parou, foram atiradas redes e durante umas horas andou aos circulos mas não foi encontrado o corpo. O resultado deste acontecimento foi uma zanga entre o meu pai e o Rogério Bicho que durou muitos anos, devido ao meu pai ter-me deixado à sua guarda e no meio da confusão que se gerou no navio, acabei por me perder e ter causado um grande susto.

Foto da Nasa