Diabetes e a Dieta

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domingo

Angola Como Te Amo



Uma vez mais não resisti a retirar do Fórum Sanzalangola, esta verdadeira declaração de amor a Angola.

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RE: MPLA Movimento Popular de Libertação de Angola

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Isto aqui, é um sítio de FIRMEZA, d'aceitação de

princípios que nascem da nossa vontade de ser

ANGOLANO.

Eu sou,

um Militante do Movimento POPULAR

de LIBERTAÇÃO de Angola, que é o MPLA que,

acima da minha vida pessoal e profissional, me guia

na senda da luta em que me envolvi há mais de 35

anos.


Com jovialidade e alguma compreensão, gosto de ver

rostos novos a aparecer aqui na nossa Angola.

É o caso do Zé Magro.


Mas, nesta hora decisiva, séria e da VERDADE, eu,

o Kapofy, qu'aqui vivi e passei o que só eu sei,

nós, como o Jotta, o Quilha, a Mariza, o Tendinha,

o General Farrusco,.......outros tantos mais, penso

que temos o direito de afirmar apenas o seguinte:

Nós vamos ficar sempre iguais a nós. Vamos, como

escreveu bem Morris West e na qualidade de Lobos,

"morrer na nossa própria pele".

Numa altura decisiva e dramática da nossa História,

cada um de nós, ao pôr o XIS no nosso boletim de

voto, vai-se comover.

Serão segundos fugidios, de reflexão, será -estou

certo - aquele momento em que pensarei no verda-

deiro KAPOFY, o Comandanbte Cow-Boy a morrer

lá em Ondjiva, o instante em que, por exemplo o

Jotta, andava a voar por tudo o que era Angola,

a municiar as tropas e a entregar alimentos.


P'ra mim, o acto de ir votar em 5 de Setembro,

envolve uma atitude de quase religiosidade, uma

maneira de estar na vida que transcende o vulgar,

uma ocasião singular em que te vais sentir soberano

e independente.

Por fim, depois disso passar, lá fim da tarde do

5 de Setembro, pode ser nas Grandes Mulembas

da Maianga, pode ser lá Bairro Azul do Jotta, vamos

então sentar.

Olhamos uns pr'ós outros, pegamos a Cuca, tran-

quilos e ANGOLANOS, estamos perto do Mar, do

Nosso Mar, e o Céu está cinzento e o cacimbo d'ir em-

bora já. Há entre nós a cumplicidade inevitável......



Conosco pode e deve estar amigos doutro partido.

Não importa, são Angolanos, parece quando isso

acontece, ainda fica melhor.

A Cuca "estala de gelada", os do EME e os outros

querem só mesmo saber o bem p'rá NOSSA TERRA.

Ficamos ali, juntos,

SOMOS ESPECIAIS E ESTAMOS JUNTOS

A FIRMEZA vai continuar.

A NOSSA ANGOLA continua de ficar bem que

BONITA!


Kapofy

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terça-feira

O Meu Regresso á Vida Civil


Em 1 de Setembro de 1969 passei á disponibilidade e regressei ao Lobito e á minha vida civil depois de andar práticamente 4 anos de farda ás costas. De regresso tambem á Socorel mas apenas por alguns mêses devido a ter recebido uma oferta para ir trabalhar para a Auto Central (Toyota)a ganhar o dobro do ordenado. Em 1970 casei-me e no ano seguinte sou pai. Tudo corre normalmente até 1973 altura em que vou trabalhar para a Auto Obelisco, ficando no stand de vendas de viaturas novas (Peugeot) e usadas que ficava no prédio dos Cabrais. Chega o 25 de Abril de 1974 e mudo de casa, da Caponte para o Bairro da Luz. Tanto eu como a minha mulher não temos qualquer ideia em vir para Portugal, até que num determinado dia de Junho de 75 tive de ir á pressa ao bairro devido a um tiroteio intenso que se estava a desenrolar. Fui dar com a minha mulher e o meu filho debaixo da cama, a chorarem e tremendo de mêdo. A pedido deles no outro dia fui tratar de passagens para os dois conseguindo-as graças a um amigo de uma agência de viagens. Acompanhei-os até Luanda no friendsheep e depois de terem embarcado em voo Tap para Lisboa fiquei mais uns dias na capital antes de regressar ao Lobito. Passados uns dias dão-se os confrontos entre os 3 movimentos, ficando a cidade dividida em três partes. Nesta altura já tinha entregue a casa do Bairro da Luz ao senhorio e vivia numa casa antiga que ficava na travessa onde é a igreja Sagrado Coração de Jesus e já na esquina para a 1º de Dezembro (rua do porto). Este confronto durou cerca de 15 dias e depois a vida na cidade regressou mais ou menos á normalidade. Eu digo mais ou menos, porque a partir daqui começaram a faltar alguns bens necessários ao nosso dia a dia. Mas dava para se ir vivendo.
Como eu tinha dito ao meu amigo da agência de viagens, que quando ele se viesse embora eu tambem vinha, em fins de Outubro de 75 assim aconteceu. Foi num sábado depois de almoço, nunca mais me esqueço de tal dia...

Mais um Velho Mano que Partiu



Faleceu ontem um Grande Amigo meu, companheiro de 25 meses de Norte de Angola. João Eurico Seca Ruivo regente agricola do Chivinguiro e Furriel Miliciano (enfermeiro).
Passámos juntos dezenas e dezenas de noites na messe, enquanto todo o mundo já dormia. Centenas de horas de conversa, muitos copos, muitas bebedeiras, muitas risadas, muitos momentos de nostalgia com saudades das namoradas e da familia. Há uma passagem que nunca esqueci e nunca esquecerei, que vou partilhá-la convosco:

Estávamos no ano de 1969, precisamente a 20 de Julho dia da chegada dos americanos á Lua. Encontrávamo-nos na localidade de Pangualuquen, Dembos. Claro que era mais uma noite de conversa e muitos copos, até que ouvimos na rádio a noticia da conquista da lua. E para celebrar o acontecimento resolvemos ir para a rua, seriam 2 da manhã. Toda a gente dormindo, civis e militares. Andávamos como se estivessemos em solo lunar, sem gravidade (em camara lenta). Depois agarrei numa pedra e lancei-a ao Ruivo atirando-me ele outra. Pedra para cá pedra para lá, até que uma foi partir um vidro de uma janela na casa do civil. Passaram logo os copos e fujimos a bom fujir cada um para o seu quarto.

Descansa em paz João.