quarta-feira
Tari-Norte de Angola
Jogando uma partida de "Carapou" com o meu camarada Farinha.Reparem nas linhas do mobiliário, é estilo "barril"
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Tari
Uma Viagem Inesquecivel
Claro que em todo o meu tempo de tropa tenho muitas histórias para contar, mas escolhi esta:
A Grande Viagem
Decorria o ano de 1966 e eu frequentava o 1ºCiclo do Curso de Sargentos Milicianos em Nova Lisboa-Angola.A determinada altura foi-nos concedida uma licença de 3 dias de férias,oportunidade para ir até ao Lobito matar as saudades da terra e principalmente da namorada.Como o dia de apresentação era a uma 2ªfeira ás 8 horas, não podiamos regressar de comboio uma vez que essa era a hora da sua chegada á estação,ficando esta bastante longe do quartel.Combinámos então entre os Lobitangas levarmos as motorizadas no comboio e assim já podiamos regressar a tempo e horas.
Passados os 3 dias (como passaram depressa) lá fui eu bem enroupado,com o depósito atestado da minha Florett para o local préviamente combinado afim de partirmos todos juntos.Já passava muito da hora combinada e alem de mim só apareceu o Mateus e que por sinal era um dos penduras.Resolvemos ir á estação dos caminhos de ferro e lá estavam todos para irem de comboio uma vez que os pais não os deixaram fazer aquela loucura.
Seriam umas 5 da tarde e lá arranquei eu com o Mateus a caminho de Nova Lisboa que fica a cerca de 350 kms,do Lobito.Os primeiros 40-50 Kms até ao Pundo tudo asfalto e depois 250 Kms em terra batida e picada até ao Alto-Hama, onde chegámos por volta das 8 ou 9 da noite.Comemos qualquer coisa e juntamente com outros camaradas que vinham de Luanda fizemo-nos á estrada para os últimos 6o Kms já em asfalto.Viagem fantástica, numa motorizada fantástica!
A 10 Kms da chegada a moto foi-se abaixo, acabou-se a gasolina!Nunca mais me lembrei de tal coisa, e agora? Um dos companheiros de Luanda prontifica-se a ir a N.Lisboa e trazer-nos combustivel suficiente para o resto da viagem.Assim foi.Transportou o precioso liquido numa lata que tinha sido de óleo,que o empregado das bombas lhe arranjou.Deitada a gasolina no depósito, há que dar ao pedal de arranque mas nunca mais pegou.Nem de pedal nem de empurrão.Viu-se vela,platinados,e nada,a rapariga nunca mais trabalhou. E pronto lá fomos a pé os tais 10 Kms que para ajuda eram todos a subir...nunca a mota me pesou tanto!
Depois do dia de recruta e a seguir ao toque de ordem,fui buscar a motorizada á oficina onde a tinha deixado para o respectivo arranjo.Perguntei o que tinha acontecido e foi-me dito pelo mecânico que a moto não queimava água.Água?Mas como água? Eu não sei você é que tem de saber como é que o carburador estava cheio de água,responde-me o dono da oficina. Chegámos então á conclusão de que foi o empregado da bomba que ao meter a gasolina na lata não reparou que a mesma tinha alguma água no fundo e como é mais pesada que a gasolina foi ela que ficou no carburador e daí o nosso azar.
Mas o mais giro é que a cambada que regressou de comboio,embora entrando atrasados safaram-se de levar uma "porrada" porque o Comandante da Companhia foi um porreirão.
Mas não pensem que me arrependi de ter feito aquela fantástica viagem!Ainda fiz mais 3 e sempre de mota ...
A Grande Viagem
Decorria o ano de 1966 e eu frequentava o 1ºCiclo do Curso de Sargentos Milicianos em Nova Lisboa-Angola.A determinada altura foi-nos concedida uma licença de 3 dias de férias,oportunidade para ir até ao Lobito matar as saudades da terra e principalmente da namorada.Como o dia de apresentação era a uma 2ªfeira ás 8 horas, não podiamos regressar de comboio uma vez que essa era a hora da sua chegada á estação,ficando esta bastante longe do quartel.Combinámos então entre os Lobitangas levarmos as motorizadas no comboio e assim já podiamos regressar a tempo e horas.
Passados os 3 dias (como passaram depressa) lá fui eu bem enroupado,com o depósito atestado da minha Florett para o local préviamente combinado afim de partirmos todos juntos.Já passava muito da hora combinada e alem de mim só apareceu o Mateus e que por sinal era um dos penduras.Resolvemos ir á estação dos caminhos de ferro e lá estavam todos para irem de comboio uma vez que os pais não os deixaram fazer aquela loucura.
Seriam umas 5 da tarde e lá arranquei eu com o Mateus a caminho de Nova Lisboa que fica a cerca de 350 kms,do Lobito.Os primeiros 40-50 Kms até ao Pundo tudo asfalto e depois 250 Kms em terra batida e picada até ao Alto-Hama, onde chegámos por volta das 8 ou 9 da noite.Comemos qualquer coisa e juntamente com outros camaradas que vinham de Luanda fizemo-nos á estrada para os últimos 6o Kms já em asfalto.Viagem fantástica, numa motorizada fantástica!
A 10 Kms da chegada a moto foi-se abaixo, acabou-se a gasolina!Nunca mais me lembrei de tal coisa, e agora? Um dos companheiros de Luanda prontifica-se a ir a N.Lisboa e trazer-nos combustivel suficiente para o resto da viagem.Assim foi.Transportou o precioso liquido numa lata que tinha sido de óleo,que o empregado das bombas lhe arranjou.Deitada a gasolina no depósito, há que dar ao pedal de arranque mas nunca mais pegou.Nem de pedal nem de empurrão.Viu-se vela,platinados,e nada,a rapariga nunca mais trabalhou. E pronto lá fomos a pé os tais 10 Kms que para ajuda eram todos a subir...nunca a mota me pesou tanto!
Depois do dia de recruta e a seguir ao toque de ordem,fui buscar a motorizada á oficina onde a tinha deixado para o respectivo arranjo.Perguntei o que tinha acontecido e foi-me dito pelo mecânico que a moto não queimava água.Água?Mas como água? Eu não sei você é que tem de saber como é que o carburador estava cheio de água,responde-me o dono da oficina. Chegámos então á conclusão de que foi o empregado da bomba que ao meter a gasolina na lata não reparou que a mesma tinha alguma água no fundo e como é mais pesada que a gasolina foi ela que ficou no carburador e daí o nosso azar.
Mas o mais giro é que a cambada que regressou de comboio,embora entrando atrasados safaram-se de levar uma "porrada" porque o Comandante da Companhia foi um porreirão.
Mas não pensem que me arrependi de ter feito aquela fantástica viagem!Ainda fiz mais 3 e sempre de mota ...
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Viagem Inesquecivel
Serviço Militar-E.A.M. - Nova Lisboa
Seis mêses de Curso de Sargentos Milicianos em Nova Lisboa na E.A.M. Já como 1ºCabo Miliciano fui transferido para o Regimento de Infantaria 21, ali mesmo ao lado só com o arame farpado a separar. Durante 9 mêses estive como se fosse um amanuense na Secção Pessoal tendo evitado assim o "sofrimento" de dar recrutas. Naquela secção tive opportunidade de ver na escala de sargentos que o mais certo era cumprir o meu tempo de tropa sem ir para uma zona operacional, devido à minha classificação no curso me ter dado uma antiguidade ficando com muitos camaradas meus á frente para serem incorporados nas companhias que o Regimento formava quer para o Norte quer para o Leste. Engano total, até fomos promovidos a Furrieis Milºs. mais cedo para a grande maioria de nós ser incorporado em Batalhões que chegavam de Portugal sem aqueles graduados. Sendo assim, lá fui incorporado numa Companhia de Caçadores do Regimento com destibo ao Norte de Angola por 24 mêses que na realidade foram 25.Locais onde estive, Nambuangongo, Maria Fernanda, Onzo, Tari, Sande, Três Marias, Ucua, Pangualuquem, Quibaxe, Terreiro e muitos outros. Regressámos a Nova Lisboa com 1 morto e muitos feridos e ao chegarmos ao Regimento os nossos camaradas já há um mês que haviam passado á disponibilidade.
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domingo
Ida Para a Tropa
Escola de Aplicação Militar
Em 13 de Agosto de 1965 fui á inspecção militar e como já esperava fiquei apurado para todo o serviço militar. A partir daqui foram mêses de ansiedade e receio com o que se iria passar na minha vida. Tive de convencer o meu pai a deixar-me comprar uma motorizada nova para levar comigo, uma vez que o quartel em Nova Lisboa ficava algo distante da cidade. Tarefa bem dificil devido "á alergia" que o meu velhote tinha (e tem ainda) ás "máquinas". Alem disso havia que poupar uns dinheiritos para ajudar durante os 7 mêses de recruta, uma vez que durante aquele tempo não se ganhava nada e por vezes ainda ficàvamos a dever! Que tortura com o aproximar da data de apresentação, deixar a namorada, deixar o meu pai pela primeira vez, o Lobito, uma grande agonia. Até que chegou o dia da partida, 12 de Abril de 1966, estação do CFB no Lobito, a meio da tarde lá vou para Nova Lisboa na companhia de muita malta com o mesmo destino. Na estação de N.Lisboa tinha á espera 2 grandes amigos lobitangas, O Simões e o Costinha (filho do sapateiro do Compão)que na altura já eram Cabos Milicianos. Levaram-me para o quarto deles onde fui encontrar tambem o Freire e o Braga. Todos estes 4 amigos tinham sido meus companheiros na Escola Comercial do Lobito. Dia 14 de Abril dei entrada na Escola de Aplicação Militar para frequentar o Curso de Sargentos Milicianos e a partir daí andar com uma farda perto de 4 anos!!!
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